domingo, 9 de março de 2014

RECONHECER OS ERROS

 

erro humano

 

Pérolas do Livro o Código da Inteligência – Augusto Cury

O medo de reconhecer os erros é o medo de se assumir como ser humano com suas imperfeições, defeitos, fragilidades, estupidez, incoerência.

Vivemos numa sociedade que cultiva o superficial, supervaloriza o endeusamento, hoje quem está brilhando poderá cair em desgraça para que outro o substitua, o podium  é cíclico, não há espaço para dois lugares, podemos ter dignidade para estar nos primeiros lugares ainda que nunca subamos no podium.

Ainda que nunca sejamos um ícone podemos desenvolver os hábitos dos excelentes, dos que estão no podium, podemos revolucionar o ambiente em que estamos, anonimamente.

Por vivermos em uma sociedade que valoriza os super heróis, negamos consciente ou inconscientemente nossa humanidade, temos medo de assumir o que realmente somos, seres humanos mortais, falíveis, demasiadamente imperfeitos, não há sábios que não tenham loucuras, enxergamos as chagas dos outros não as nossas, quem não reconhece suas loucuras viverá artificialmente, não amadurecerá.

O melhor educador não é o que controla, mas, o que liberta, não é o que aponta os erros, mas, o que os previne, não é o que corrige comportamentos, mas o que ensina a refletir, não é o que desiste, mas o que estimula a começar tudo de novo.

Errar é humano, mas, não admito os meus erros. O ser humano é de um lirismo ácido, sabemos que errar é humano, mas insistimos em ser deuses, temos a necessidade neurótica de ser perfeitos, amamos conviver com pessoas simples e despojadas, mas complicamos nossas vidas, desperdiçamos energia em sermos perfeitos, esmagamos o prazer de viver.

O medo da critica, do vexame, da rejeição, do pensamento alheio, dos olhares sociais, tem feito mentes brilhantes apagar seus luzeiros, por nada e ninguém devemos deixar de decifrar o código da espontaneidade, quem não decifra pouco a pouco se deprime. Nossa liberdade não pode estar à venda por preço algum, mas a vendemos por bobagens, a trocamos com incrível facilidade.

Quando alguém nos aponta um erro mudamos de cor e trocamos de humor, quando alguém revela alguma atitude estupida ficamos indignados, nas relações em que o poder é desigual a situação é pior, quando um funcionário aponta uma falha de um executivo é sinal de irreverência, quando um filho discorre sobre um comportamento débil de um pai revela um desacato à autoridade, nada é tão imaturo, nas relações desiguais o vírus do orgulho contagia em frações de segundos, o cérebro daquele que se considera superior leva a silenciar a voz do que está em posição inferior, tais reações são doentias, pois não há ser humano que não falhe, às vezes vexatoriamente. Quem usa a relação de poder para impor suas ideias não é digno do poder que está investido, é preciso coragem para se reconhecer falível e pedir desculpas, é preciso decifrar o código do desprendimento e da generosidade.

Muitos pais querem que seus filhos sejam humanos, mas, eles mesmos se comportam como se fossem supra-humanos, querem que seu filho reconheça seus erros, mas neuroticamente não reconhecem os erros deles, querem que seus filhos se humanizem, mas eles mesmos se comportam como deuses, quem não decifra os códigos da inteligência acabam formando deuses, jovens insensíveis, frios que só pensam em si mesmos quem os decifra e os aplica tem grandes chances de formarem pensadores que decifrarão e aplicarão também esses códigos.

O excelente mestre não é o que mais sabe, mas o que mais tem consciência do quanto não sabem, não é o que é viciado em ensinar, mas o mais ávido em aprender, não é o que declara os seus acertos, mas, o que reconhece suas limitações.

Peçamos a Deus essa humildade, o desprendimento de nos reconhecer falíveis só assim podemos cada dia sermos seres humanos melhores.

Amém!

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