domingo, 11 de setembro de 2011

Egocentrismo Humano

Ultimas horas venho pensando sobre esse tema, algo maior que o EGOÍSMO, pior que ser egoísta é ser EGOCENTRICO. Refletindo sobre separei alguns trechos que me ajudaram a entender um pouco mais a mente egocentrica.

Extraído de um texto de Luís Vascincellos

O homem e a mulher atuais são egocêntricos, como tal, não se enxergam, um ao outro, de fato.
Pode acontecer da mulher, para sua decepção, esperar que o homem aja de acordo com as expectativas dela. Vice versa, o homem sofre no relacionamento por desejar que a mulher se conduza do mesmo modo masculino que lhe é familiar. As relações, portanto, são de desencontro, decepção e desilusão. 
Todo relacionamento, de qualquer tipo, pode ser descrito como uma relação Eu e Tu/ o Outro.
Se um EU convive com o Outro que este imagina desejável, sob seu próprio ponto de vista, claro, então este Eu não se relaciona, de fato, com o Outro que está ali presente ao seu lado e, sim, com o que este Outro deveria ser, para atender, de modo absolutamente mágico, todas as suas expectativas egocêntricas. Quem se relaciona com o Outro, sempre comparando-o com o que ele deveria ser (para atender suas expectativas, carências etc.), só procura responder a uma questão: Estará o Outro fazendo aquilo que eu desejo e quero e necessito? Em caso contrário este Outro não me serve (quem não tem um rei na barriga?!). Sob o ponto de vista do egocêntrico, o Outro é um servo que deverá suprir carências, proteger dos medos e compreender as boas e sempre convenientes explicações/justificativas que o Eu tenha para oferecer para tudo que faz.
Todo egocêntrico está em busca de cumplicidade mais do que em busca do convívio com o Outro.
Quem se coloca deste modo em uma relação, infelizmente, está trabalhando diligentemente para o seu fracasso. A maioria, infelizmente, está presa ao Ego e portanto, só conhece o Outro através de uma comparação entre o que este É e o que este DEVERIA ser (para satisfazer as expectativas do EU). Pois bem, quem assim se coloca numa relação, só vê um fantasma do Outro, uma fantasmagórica imagem idealizada do que o Outro deveria ou poderia ter sido. Um ideal construído na usina de carências, medos, frustrações e necessidades do próprio EU.
Neste sentido, quem vê verdadeiramente o Outro? Quem, nestas condições, tem abertura de visão para enxergar quem é este Outro, obviamente diferente do próprio EU?
Adão e Eva estão mesmo fora do paraíso que, neste caso, significaria a perfeita e natural integração e sincronicidade entre as polaridades masculinas e femininas. Caso houvesse integração, todos veríamos com clareza as necessidades do Outro, ainda que diferentes das nossas.
Se o Universo nos construiu e criou com polaridades, o mínimo que nos cabe fazer é compreender as diferenças no funcionamento da outra pessoa com quem nos relacionamos.
O abismo entre o Eu e o Outro é gigante. .
Não é difícil constatar o enorme abismo que se cria entre as expectativas de um e de outro.
O Universo criou, deste o seu princípio, os opostos e, entre eles, as possibilidades do abismo (separação, conflito, desencontro e carência) e da integração (cooperação, união, entendimento e prazer). Entre estes extremos, ele colocou alguns desafios psicológicos. Dentre eles, a identificação do macho com o seu papel de macho
Não se trata de categorizar o homem de “sexo forte” e a mulher de “sexo frágil”, como antigamente se fazia e, sim, de descrever algumas características que, até onde se possa ver, continuam exatamente as mesmas para todos os envolvidos...
Ninguém errará em considerar que estes “papéis” masculino e feminino estão hoje difusos e indistintos. Pois é, ruim com eles, pior sem eles! Não existem “caminhos válidos” onde prevaleça o desrespeito aos nossos valores e necessidades caracteristicamente humanos. O desrespeito nunca trouxe, não traz, nem jamais trará felicidade a ninguém.
Então, por quais razões nós, seres humanos, vivemos tanta incompreensão, tanto afastamento, decepção e dor no terreno do relacionamento entre o Eu e o Outro?
No esforço de construir uma reflexão a este respeito vou apresentar – em alguns capítulos - alguns vícios psicológicos tremendamente nocivos à construção de um relacionamento humano (homem/mulher, pais/filhos, mestre/discípulo etc.).
Cada tipo de limitação pessoal, de qualquer tipo, impõe ao Outro uma fronteira e, às vezes, um abismo intransponível. Ali construímos barreiras e defesas protetoras.
Todo egocêntrico tem um renitente desejo, sempre o mesmo, de levar vantagem e de conseguir o máximo de satisfação mediante o mínimo de esforço. O egocêntrico exige respeito, confiança, consideração,carinho, sem que ofereça ao Outro aquilo que exige. Ele entrega pouco e reclama de tudo que recebe.
O que está ao nosso alcance de mudar não é o Outro e sim, nós mesmos.
O que precisa mudar é o foco de nossa atenção e interesse: nos preocuparmos menos com os evidentes defeitos e imperfeições alheias (comparadas ao Ideal nutrido por nós mesmos!) e nos ocuparmos mais com a qualidade daquilo que estamos “entregando” de nós mesmos para a relação. Valeria a pena nos ocuparmos mais com o que sai de nós do que com o que desejamos receber ou identificamos no outro como possibilidades de satisfação pessoal.
Onde encontrar tanto os limites quanto os alcances para a expressão do próprio EU? A resposta é: nos relacionamentos com os outros!
Um Eu que jamais tenha sido capaz de compreender o funcionamento do Outro – muitas vezes o oposto do desejado - é um EU para o qual só lhe resta o abismo do egocentrismo ( a autonomia e a centralidade exageradas e desequilibradas), o que significa, em poucas palavras ser solitário e isolado, mesmo tendo alguém ao lado e convivendo diariamente com esta pessoa. Este é o verdadeiro abismo.
Compreendendo os próprios limites e alcances! É assim - e só assim - que o EU descobre seus reais parâmetros de ser e de fazer, de pensar e de expressar!

Extraido de um texto de Dado Moura

Em nossos convívios, nem tudo aquilo que foi um procedimento acertado para uma pessoa, necessariamente, será aplicável como uma “receita de sucesso” para outra. Aliás, quando preparamos alguma coisa, seguindo uma receita, o resultado pode até ser satisfatório, mas, sem dúvida, tende a ficar melhor quando ousamos “personalizar” o prato; seja no tempero ou na quantidade de açúcar. Da mesma maneira, em nossos relacionamentos haverá necessidade de aplicarmos nas experiências e ensinamentos adquiridos um pouco daquilo que somos e que desejamos para a nossa vida, semelhante ao que fazemos com as receitas culinárias.

Entendemos que o diálogo é a ponte que nos faz romper as barreiras, as quais, de tempos em tempos, surgem ao longo das convivências. Contudo, a abertura ao diálogo se tornará ineficaz se a arrogância amordaçar a nossa atitude de acolher as mudanças necessárias para vivermos melhor. A pessoa que se firma nos atos da arrogância acaba por desenvolver um comportamento autoritário; vive no egocentrismo como se todos os outros existissem somente para servi-la.

O arrogante não é capaz de acolher uma crítica, mesmo que esta seja para ajudá-lo na maneira de ser e agir. E para se defender de qualquer comentário ele não hesitará em responder com grosserias, sem aqui mencionar a possibilidade de reagir com um comportamento violento. Certamente, alguém que reage dessa forma tem como característica poucos amigos.

Muitas vezes, essas pessoas somente mantêm “boas relações” com aqueles que são incapazes de contestar seu bel-prazer. Infelizmente, elas se sentem no direito de restringir os direitos do outro, até mesmo na sua liberdade de expressão.

Se numa horta nos preocupamos em arrancar as ervas daninhas entre as hortaliças, por outro lado, por que deixar florescer nossos defeitos justamente entre as pessoas que queremos bem?

A receita de um relacionamento sadio e equilibrado tem origem na família e se desenvolve ao longo de nossa vida por meio dos convívios, nas amizades, escola, trabalho, namoro, entre outros. Ninguém é melhor que o outro mesmo que este ocupe uma função hierárquica superior ou manifeste maior capacidade intelectual. Antes, é interessante buscarmos, cada vez mais, atitudes de cordialidade e simpatia com aqueles com os quais convivemos se desejamos tornar nossos relacionamentos sempre duradouros.

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