UMA REFLEXÃO SOBRE O DIA DAS CRIANÇAS - Por Geovania Ramos

O melhor presente para uma criança  é ter uma família...

Crescer em um lar onde o pai e a mãe se respeitem, se amem, partilhem dos mesmos sonhos, troquem carinhos, não se envergonhem de dizer “eu te amo” porque as atitudes falam isso antes da boca.  Só vale se for assim, a vida, os gestos, as atitudes, justificando as frases.

Eu penso que quando o casal começa a sentir vergonha de dizer “eu te amo um para o outro, é porque no dia a dia já não demonstram esse amor e aí vai ficando difícil falar daquilo que não se vive, que não se experimenta.

Crescer em um ambiente saudável traz estabilidade à criança em seu desenvolvimento humano, psíquico, emocional... Não existe um ser humano que escolheria ter somente mãe ou somente pai uma vez que convivemos com as duas espécies, os dois gêneros e ambos se completam (gên. Não é bom que o homem viva só).

Ter mãe e pai presente é fundamental para a criança. Dividir com eles os seus medos, suas alegrias, suas dúvidas, viver aquele momento quando o pai chega do trabalho cansado, é claro, nós sabemos... mesmo assim ele se joga na cama e deixa seu filho desarrumar o seu cabelo, pular em cima da sua barriga, sentir seu cheiro, ouvir uma musiquinha, ou uma palavra nova que a criança aprendeu, tudo isso serve para que no futuro, haja o reconhecimento por parte da criança do cansaço do pai depois de um dia de trabalho , do seu esforço p/ sustentá-lo. Isto estimula o sentimento de gratidão.

Partilho nesse espaço que graças a Deus vivenciei tudo isso, por isso, eu considere tão importante.  Contam meus pais que todos os dias eu me debruçava na janela, e só saia de lá quando meu pai chegava do trabalho, então eu ia tirar os seus sapatos, algumas vezes ele me levava até a mercearia p/ comprar bombons, outras a gente deitava numa rede e ele cantava e contava canções e causos já conhecidos, mas mesmo assim eu pedia para ele contar de novo, e de novo e de novo queria apenas uma desculpa para estar perto dele.

No dia da morte de Steve Jobs, ouvi um comentário no jornal que muito me impressionou, ele era um empresário, um magnata americano, inventor, muito inteligente, perspicaz, um profissional sem igual (criador da Apple/ Ipod /Iphone/next/pixar/the walt disney company) enfim, um jovem e grande empresário, morreu aos 56 anos depois de ter lutado desde 2004 contra um câncer raro no pâncreas. Antes ele não costumava dar entrevista, quando soube da doença fazia questão de dar entrevista e ao ser questionado exatamente sobre isso por um repórter ele respondeu: -“eu queria que meus filhos me conhecessem... Eu não estava sempre presente na vida deles e queria que eles entendessem o porquê disso.”

Pensar que só o bem material importa que eu posso substituir a minha presença com presentes, que eu preciso trabalhar muito p/ dar aos meus filhos aquilo que eu não tive, que ter é melhor do que ser, que eu não posso “perder tempo” em casa ,eu preciso trabalhar, eles dependem de mim, que cuidar dos filhos é tarefa só da mãe ou só do pai, e o meu futebol? E a minha novela? E o curso? E a faculdade? E a academia? Não devemos nunca esquecer que fomos chamados a ser família!!! Esta é a nossa vocação!!! Se aderirmos a este projeto de Deus para nossa vida, “tudo o mais nos será dado por acréscimo”.

 Os pensamentos errôneos citados acima que formaram esta geração que hoje não sabe ouvir um não, que se for contrariada atiram e matam professores, namoradas, colegas. Que tramam contra seus próprios pais os mais diversos crimes, que tanto nos escandaliza, mas que nem sempre nos serve de exemplos para nos policiarmos em relação à educação que damos aos nossos filhos... Nos preocupamos muito em deixarmos heranças, porém muitas vezes esquecemos de que a principal herança que devemos deixar é o temor a Deus, é o desejo de santidade, é a coragem de dizer não aos prazeres do mundo e sim a vontade daquele que nos criou e nos deu nossos filhos para criarmos. Como diz a sabedoria popular naquela canção de ninar: dorme neném eu tenho o que fazer...esse neném é meu Deus me deu para eu criar...

Criar é tirar do nada, dar existência, gerar, formar. Se Deus nos deu para criarmos, um dia vai nos chamar para prestarmos conta do que fizemos com o “talento” que ele nos confiou. Pensemos nisso e busquemos a partir de mim/nós, criar os nossos filhos para Deus.

Geovania Dionizio Ramos Nunes

Quem é:

Empresaria, Coordenadora de Grupo de Oração da Igreja de Nazaré/Montese, minha cunhada, esposa e mãe exemplar.